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Crise no comércio: começa a recuperação do mercado

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15/09/2020
crise no comércio

A pandemia causada pelo novo coronavírus atingiu em cheio o varejo, gerando uma crise no comércio. Em março deste ano, a atividade do varejo brasileiro teve a maior queda no comparativo mensal da série histórica do Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, iniciada no ano 2001 – uma redução de 16,2% na comparação com fevereiro, feitos os devidos ajustes sazonais. Depois disso, mais uma queda histórica: de 19,4% em abril na comparação com março. A boa notícia é que maio já trouxe números positivos.

De acordo com o mesmo indicador, a atividade do varejo em maio teve aumento de 5% na comparação com abril, feitos os ajustes sazonais. Em junho, o comércio teve alta de 16,5% na comparação com o mês anterior.

A expansão em junho aconteceu em todos os setores analisados, com destaque para o segmento de Móveis, Eletrodomésticos, Eletrônicos e Informática, que teve a maior alta na relação mensal (29,2%). O segundo melhor desempenho ficou com Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios (24,5%) e o terceiro com Material de Construção (23,9%). Depois vêm Combustíveis e Lubrificantes (21,6%); Veículos, Motos e Peças (15,3%) e Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas (3,1%).

Os números demonstram, segunda a Serasa Experian, uma recuperação do comércio brasileiro, ainda que gradual.

Outro indicador aponta para o mesmo caminho.

Dados do setor de franquias apontam melhora da crise no comércio

Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), as franquias reduziram suas perdas pelo segundo mês seguido. Em junho, a queda média no faturamento das franquias foi de 30,1%, significativamente menor do que os 41% em maio e 48,2% em abril. A reabertura gradual da economia em alguns estados e o maior desenvolvimento de outras canais de venda a partir do digital são as principais causas da recuperação.

Em junho, assim como na pesquisa anterior, os segmentos de Entretenimento e Lazer e Hotelaria e Turismo continuam sendo os mais afetados, enquanto Saúde, Beleza e Bem-Estar, Serviços e Outros Negócios, e Serviços Educacionais apresentaram quedas menores de, respectivamente, 1%, 7% e 23%. Os estudos da ABF indicam que essa trajetória de recuperação econômica tende a se manter nos próximos meses.

A crise no comércio, portanto, começa a dar sinais de que está melhorando, embora o cenário ainda seja muito desafiador.

A ABF acredita que as bases para um segundo semestre melhor estão lançadas, mas será necessário ainda muito trabalho e coordenação do setor privado e das autoridades para consolidar um ambiente de maior confiança para o consumidor retomar seus hábitos e, consequentemente, dar mais fôlego aos negócios na ponta.

A pesquisa da ABF de junho trouxe ainda um outro dado, mostrando a expectativa das redes de franquias para a retomada dos níveis de faturamento pré-Covid-19. Um volume considerável, 42,7%, espera que isso ocorra ainda em 2020, enquanto a expectativa de 31,4% das redes é que isso aconteça no 1º trimestre de 2021 e 14,8%, no 2º trimestre do ano que vem.