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Negócios na crise: delivery cresce e modelo se torna principal ganho de restaurantes

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27/10/2020
negócios na crise

Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, os restaurantes se viram obrigados a fechar as portas por alguns meses, impedidos de receber clientes dentro dos estabelecimentos. Com isso, tiveram que ser criativos para garantir a sobrevivência. Negócios na crise precisam se reinventar, não tem jeito.

No caso dos restaurantes, muitos adotaram o sistema de delivery para conseguirem se manter em atividade. Antes da pandemia, 54% dos empresários usavam esse recurso, segundo uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e o Sebrae, instituição de apoio aos pequenos negócios. Na crise, esse percentual subiu para 66%. A mudança mais significativa se deu nas padarias: as empresas desse setor que fazem delivery passaram de 36% antes da crise para 61% em agosto.

Houve também um crescimento significativo de empreendedores do ramo de alimentação que vendem por meio de plataformas online. Desde o início da crise, 25% dos negócios de alimentação fora do lar passaram a vender a partir dessa modalidade e, hoje, 72% fazem vendas online. Nesse universo, segundo a Abrasel, as pizzarias e padarias conseguiram rapidamente se adaptar e por isso estão sofrendo menos. Já os cafés, bares e restaurantes estão com impacto acima da média.

Maior desafio dos negócios na crise é o capital de giro

Ainda de acordo com a pesquisa da Abrasel e Sebrae, 85% dos negócios do setor de alimentação estão faturando menos hoje do que antes da crise. Por isso, o maior desafio dessas pequenas empresas é ter capital de giro (63%).

A preocupação desses empreendedores com o fluxo de caixa já levou mais da metade deles (56%) a buscar linhas de crédito desde o início da pandemia, mas somente 20% tiveram o pedido aprovado.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a situação exige uma atenção especial, porque a alimentação fora do lar é uma das atividades com maior concentração de empreendedores no país. Ele afirma, então, que é preciso ampliar o acesso ao crédito para pequenas empresas, para que esses negócios consigam equilibrar o fluxo de caixa.O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, reforça que o setor precisa de apoio diferenciado na retomada das atividades, porque foi um dos mais afetados pela crise. Segundo ele, essa travessia pela pandemia é o grande desafio dos pequenos negócios e conseguir recursos para capital de giro é fator decisivo, uma vez que os primeiros meses de retomada ainda serão deficitários.