Crédito para comerciantes: entenda melhor a modalidade

Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, as principais empresas credenciadoras de cartão do mercado liberaram mais de R$ 62 bilhões em crédito para comerciantes, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Os recursos vieram de operações de antecipação de recebíveis realizadas entre 15 de março e 15 de maio, período em que muitos comerciantes tiveram seus negócios impactados em razão do isolamento social.

A notícia acima, por si só, já responde a pergunta que dá título a este artigo: existe, sim, crédito para comerciantes – e ele não vem apenas da antecipação de recebíveis. O mercado trabalha com diferentes linhas de crédito empresarial, e algumas delas são específicas para quem atua no varejo (comércio e serviços).

Crédito para comerciantes inclui recurso para capital de giro e antecipação de recebíveis

O crédito para capital de giro, por exemplo, se destina também a esse público e vem ajudando os empreendedores a enfrentarem a atual crise econômica. Esse tipo de recurso financeiro é usado pelo comerciante para equilibrar o fluxo de caixa, que em muitos casos está desequilibrado por conta da pandemia.

O desequilíbrio no fluxo de caixa acontece quando a receita é menor que as despesas ou quando o ciclo financeiro da empresa está muito longo. Isso significa que os prazos de recebimento de dinheiro estão alongados, enquanto os prazos para pagamentos de contas, fornecedores e salários é mais curto – o que gera um descompasso no fluxo de caixa.

Seja qual for a situação, é importante olhar para o retrato financeiro atual da empresa e entender por que existe necessidade de capital de giro externo. É importante identificar o problema e pensar em soluções para resolvê-lo – ainda que no curto prazo o crédito para capital de giro possa ser a melhor saída.

Ainda sobre crédito para capital de giro, o mercado oferece diferentes condições para o comerciante, por isso é importante pesquisar e ver qual delas atende melhor suas necessidades. Existe, por exemplo, um crédito com parcelas flexíveis, como o oferecido pelo Tomático, que se ajustam à sazonalidade das vendas.

Também é possível pensar na antecipação de recebíveis, que, como o nome já diz, vai adiantar um dinheiro que o comerciante tem a receber mais para frente. Bancos tradicionais e fintechs operam essa modalidade de crédito empresarial.

Nesta época de pandemia, surgiram ainda créditos emergenciais para comerciantes que vieram dos Fundos Constitucionais de Financiamento, geridos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, do Governo Federal. Em menos de dois meses, mais de 6,8 mil operações de crédito emergencial dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO) e do Nordeste (FNE) foram contratadas por empreendedores, cooperativas e informais dessas duas regiões do país. Ao todo, foram concedidos R$ 522,6 milhões a pequenos comércios.